segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Fim.

Sábado 13 de agosto de 1984, já é fim de tarde quando João chega do trabalho, quando entra em casa, tem uma surpresa, pois tudo está muito arrumado e sua mesa farta como nunca havia estado antes, José sentado a pia balança suas pernas pensativo, a ponto de não perceber a chegada do amigo que sem querer lhe dar um susto só em pronuncia seu nome, a partir daí tudo ocorre naturalmente, bebida, comida, conversa.
Sábado 13 de agosto de 1984, 21h50min, chega uma noticia estranha na igreja, “Meu Deus, gente o João, o João feriu-se, matou-se, lhe feriram. Não sei bem, mais algo ruim aconteceu a ele. Um grande numero de pessoas foram ate ali no pequeno quartinho conferir de perto se aquele menino tão religioso haveria feito consigo aquela barbaridade, depararam com seu corpo atravessado a porta do quarto, havia muito sangue que fazia um caminho até sua cabeça, e na cabeça um buraco de bala, porem nenhum vestígio de pólvora em seus ouvidos. Ao vê-lo naquela situação, Rosinha não economizou lagrimas abraçada por seu pai que sempre lhe deu forças, naquele lugar não cabia mais uma só pessoa, o calor era intenso, impossível não ouvir os choros que vinha de fora, junto de empurrões. Uma senhora aproxima-se do corpo, chora, ajoelha-se e desmaia. Era sua mãe Dona Marinete, que não acreditou em sua morte mesmo depois de enterrado.
Ao depor José diz que tudo começou numa brincadeira, uma tal roleta russa, o finado por ser pobre não teve nem sua morte estudada, ficou por isso mesmo.


Felipe Teixeira.

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